Ficha de Informação - Sicalis flaveola brasiliensis
Nomes Comuns: Canário do Brasil, Chapinha, Cabeça de Fogo, Canário da Terra Verdadeiro, etc. Nome Científico:Sicalis flaveola brasiliensis Origem: América do Sul (Brasil, Argentina, Peru, Equador, Venezuela) Habitat: Zonas abertas ou moderadamente arborizadas. Maturidade Sexual: Por volta dos 10 meses de idade. Duração de Vida: Em liberdade vivem em média 6 anos. Em cativeiro podem chegar aos 20 anos. Distinção dos Sexos: Existe dimorfismo sexual, sendo que o macho apresenta uma coloração de um amarelo dourado mais intenso, e o topo da cabeça alaranjado cor de fogo. Dado que existem várias subespécies destas aves, poderá existir alguma variação de coloração entre elas. Para além de variações na intensidade e coloração dos machos, existem desde fêmeas quase castanhas a fêmeas que são quase tão amarelas como alguns machos de outras subespécies. O dismorfismo sexual só fica evidente após a primeira muda dos filhotes, que ocorre por volta dos 5-6 meses (ou mais) de vida dos mesmos. Até lá, para garantir que uma ave seja macho ou fêmea, é utilizada a sexagem por DNA, feita com colheita de penas enviadas para laboratórios especializados nestes testes. Temperamento: São aves muito territoriais e agressivas em relação aos da sua espécie (no período de reprodução) mas também em relação a aves de outras espécies. Não são por isso aconselhadas para manter em viveiros comunitários. Os juvenis podem ser mantidos juntos, mas aquando da muda da pena devem ser separados os machos, pois estes podem lutar entre si até se matarem. Manutenção em Cativeiro: INSTALAÇÕES Tal como para a maioria das espécies, é condição básica a existência de boa iluminação, de preferência natural e com luz directa. Embora seja uma ave resistente, aconselha-se que sejam mantidos em locais sem grandes variações de temperatura e protegidos de correntes de ar. Aconselha-se que a manutenção e criação destas aves seja feita em gaiolas ou viveiros com nunca menos de 90 cm a 1 metro de comprimento. ALIMENTAÇÃO Não são esquisitos a comer, embora não apreciem algumas sementes negras. No entanto, são aves que engordam com muita facilidade, pelo que deve-se ter alguns cuidados com a alimentação e sobretudo proporcionar-lhes espaço que possibilite o necessário exercício. No passaril Real usamos como alimentação-base a mistura para exóticos que se vende comercialmente, sendo que introduzimos complementarmente nesta mistura alpista pura à razão de 1 porção de alpista para duas de mistura de exóticos. Também damos fruta e alguns legumes e vegetais ocasionalmente. Uma vez por semana damos papa de ovo (e durante todo o período de criação). Este regime alimentar é alterado sempre que verificamos alguma alteração no estado da ave que assim o determine, bem como durante a época de reprodução. Nesta época, introduzimos também na alimentação a proteína, sob a forma de alimento vivo (tenébrio e/ou Buffalo). REPRODUÇÃO Os Casais Alguns criadores referem a utilização de um sistema em que os machos estão separados das fêmeas e são juntos com estas apenas para as galarem, sendo depois retirados. Este sistema possibilita inclusivamente a 'bigamia', utilizando o mesmo macho para mais do que uma fêmea. No nosso caso mantemos os casais sempre juntos em gaiolas individuais todo o ano - um macho para uma fêmea. No entanto, só na época de reprodução colocamos o ninho à sua disposição. A escolha dos casais é muito importante e determinante no sucesso da reprodução. Sendo estas aves muito agressivas e territoriais, é também importante que a ‘apresentação’ mútua seja feita com algum cuidado, mantendo as aves durante algum tempo à vista mas sem contacto físico. A nossa experiência diz-nos que, para juntá-las, convém ser a fêmea a ir para o território do macho e não o inverso.Isto sob pena de graves agressões ao macho por parte da fêmea, que poderá inclusivamente resultar em morte. Época de Reprodução No hemisfério Sul, do qual são oriundos, estas aves escolhem os meses de Setembro/Outubro, que correspondem à primavera local, para iniciarem a reprodução, que se estende até o final do verão (em março). Portanto, corresponde ao nosso período de outono-inverno.
O ninho
O ninho tem o formato de caixa e, preferencialmente, deverá ser rectangular sob a horizontal. Pode ser colocado dentro ou fora da gaiola. Normalmente constroem uma antecâmara junto à entrada e o ninho propriamente dito na zona mais interior. O bom acesso ao interior do ninho é indispensável, para verificar o estado dos ovos e crias bem como para possibilitar o seu respectivo anilhamento. Uma vez o casal formado, inicia-se a construção do ninho que conta com a colaboração de ambos os elementos. Para material de construção pode ser dada uma das misturas disponibilizadas comercialmente com diversos materiais, sendo impreterível que incluam na sua composição matérias do tipo da fibra de coco, que muito apreciam. Posturas A fêmea põe entre 3 a 6 ovos e começa a chocar um ou dois dias antes de terminar a postura. Por essa razão, se possível, devem retirar-se os ovos à medida que a fêmea os for colocando, substituindo-os por ovos de plástico. Assim que a postura estiver terminada, colocam-se então os ovos verdadeiros, permitindo que todas as aves nasçam em simultâneo e possam competir por alimentação em pé de igualdade umas com as outras. Aos 4 ou 5 dias de choco já é possível ver o embrião com um mira-ovos. Não se deve permitir que o casal faça mais de três posturas/criações por ano, sob pena de desgastar demasiadamente as aves.
Os Filhotes
Aos 13 dias de choco nascem os pequenos filhotes. Não têm penugem nenhuma e não são capazes de auto-regular a temperatura do corpo até que lhes nasçam as penas, pelo que são muito sensíveis neste período inicial. Durante os primeiros 5 dias de vida dos filhotesnão convém disponibilizar aos pais verduras ou outras fontes de alimentos que possam causar diarreias. É aconselhável neste período dar aos pais um complexo vitamínico e probiótico, ( Promocria Extra, da Avizoon). O Anilhamento deve ocorrer por volta dos 4 ou 5 dias de idade dos filhotes. Para anilhá-los usam-se anilhas de medida 3.0. Os filhotes saem do ninho por volta dos 18 dias de idade, permanecendo dependentes dos pais até por volta dos 30-35 dias. É importante vigiar as jovens aves e sobretudo o comportamento dos pais perante estas, uma vez que é comum os pais iniciarem nova postura antes das crias estarem complemente independentes e tornarem-se agressivos perante estas, ou arrancar-lhes penas para forrar o ninho. LEGISLAÇÃO Tendo em conta o Regulamento Comunitário 709 / 2010 de 22 de Julho, que altera o Regulamento (CE) nº 338/97 do Conselho relativo à protecção de espécies da fauna e flora selvagens através do controlo do seu comércio, verifica-se que o Canário do Brasil (Sicalis flaveola brasiliensis) não faz parte dos respectivos anexos. Constata-se assim que para esta espécie, em Portugal, não é necessário CITES ou qualquer Certificado.